Você já ouviu falar em Potenciais Evocados Auditivos Tronco Encefálicos (PEATE)?
Essa técnica é utilizada na área da neurofisiologia para avaliar a integridade das vias auditivas e pode fornecer informações valiosas sobre o funcionamento do sistema nervoso central. Neste artigo, vamos explorar o que é o PEATE (curta latência), como ele funciona e como a latência e as formas de estímulos podem ser indicadores cruciais.
Classificação dos potenciais evocados:
A classificação utilizada nos potenciais evocados é baseada na análise do domínio do tempo, mais especificamente na latência sendo caracterizada como:
Curta latência (até 10ms)
Média latência (de 10 a 80ms)
Longa latência (acima de 80ms)
O PEATE é um tipo de exame neurofisiológico não invasivo que mede a atividade elétrica gerada no tronco encefálico em resposta a estímulos sonoros. Essa técnica é especialmente útil na avaliação de pacientes com suspeita de perda auditiva, pois permite identificar se o problema está localizado no ouvido interno, no nervo auditivo ou no tronco encefálico.
Mas como exatamente o PEATE funciona?
Durante o exame, são colocados eletrodos na cabeça do paciente, que registram a atividade elétrica gerada em resposta aos estímulos sonoros. Esses estímulos são geralmente apresentados na forma de cliques ou tons, e o paciente pode ouvi-los através de fones de inserção, fone supra-aural ou vibrador ósseo.
Os eletrodos captam os sinais elétricos gerados pelas células nervosas do tronco encefálico em resposta aos estímulos, e esses sinais são amplificados no Neuro-Audio e registrados em um computador.
A latência dos estímulos é um dos principais parâmetros avaliado no PEATE. A latência é o tempo necessário para que o estímulo sonoro chegue ao tronco encefálico e gere uma resposta elétrica mensurável. Esse tempo pode variar de acordo com a integridade das vias auditivas, sendo que alterações na latência podem indicar problemas como lesões no nervo auditivo ou no tronco encefálico.
A análise da latência dos estímulos no PEATE pode fornecer informações importantes sobre a localização e a extensão de possíveis lesões. Por exemplo, se a latência dos estímulos estiver aumentada, isso pode indicar uma lesão no nervo auditivo. Já se a latência estiver normal, mas a amplitude dos potenciais evocados estiver reduzida, isso pode sugerir uma lesão no tronco encefálico.
Além da avaliação da latência dos estímulos, os PEATE também permitem analisar outros parâmetros, como a amplitude dos potenciais evocados e a morfologia das ondas geradas. Essas informações adicionais podem ajudar no diagnóstico de diferentes condições, como tumores cerebrais, esclerose múltipla e até mesmo distúrbios do sono.
Em resumo, os Potenciais Evocados Tronco Encefálicos são uma ferramenta importante na avaliação da audição e do funcionamento do sistema nervoso central. A análise da latência dos estímulos pode revelar informações cruciais sobre possíveis lesões no nervo auditivo ou no tronco encefálico, auxiliando no diagnóstico e no planejamento do tratamento. Portanto, se você suspeita de algum problema auditivo, não deixe de procurar um profissional capacitado para realizar os PEATE e obter um diagnóstico preciso.
Como realizar o PEATE?
Materiais necessários:
Gaze ou Algodão
Fone de Inserção ou Vibrador ósseo
Se utilizar Eletrodos de Cúpula precisará também de pasta condutora e micropore
Etapas para realização do teste
Deixe todos os materiais previamente separados
Conecte seu Neuro-Audio às portas USB do seu computador
Inicie o preparo da pele do seu paciente utilizando a gaze e a pasta escarificante
Conecte seus eletrodos de botão em seus respectivos cabos
Retire o plástico protetor dos eletrodos e posicione-os de acordo com a montagem mostrada abaixo
Abra o protocolo de sua preferência
Verifique a impedância através do atalho e garanta que esteja abaixo de 2 ohms
Inspecione a Monitorização/EEG através do atalho para que consiga identificar se há muita interferência (que pode atrapalhar sua aquisição)
Inicie a promediação/estimulação através do atalho e aguarde até que finalize.
9. Faça as estimulações em ambas orelhas. É importante ver a repetibilidade das ondas em cada intensidade.
Como deve ser realizada a montagem do PEATE?
O posicionamento dos eletrodos deve seguir o esquema desenvolvido na imagem abaixo. Os eletrodos ativos (-) podem ficar posicionados tanto na mastoide quanto no lóbulo do paciente. Já o eletrodo referência (+) deve estar posicionado no centro da testa unindo os positivos através do jumper. Quanto ao eletrodo terra, pode variar entre as posições FP1 e FP2 (seguindo o Sistema Internacional 10%-20%).
O que devemos esperar ver após a aquisição?
As formas de onda, quando dentro da normalidade devem apresentar a morfologia mostrada na imagem abaixo.
Vale salientar que os parâmetros configurados em seu protocolo podem afetar diretamente a forma final com que sua onda se apresenta. Além disso, a depender da lesão e sua extensão, este formato e as latências podem se alterar de paciente para paciente.
As marcações comumente utilizas são:
Onda I -> Latência próxima a 1ms
Onda III -> Latência próxima a 3ms
Onda IV -> Latência próxima a 5ms
*Os valores de normalidade mudam de equipamento para equipamento, e/ou dependem única a exclusivamente da literatura que o profissional utiliza como base para montar seus protocolos.*
Dicas adicionais:
Faça uma boa preparação da pele do paciente, isso ajuda a melhorar a impedância.
Utilize eletrodos de qualidade.
Verifique sempre a monitorização/EEG antes de iniciar seus testes.
Garanta que o paciente esteja relaxado para que não tenha interferências miográficas.
Visite o artigo com valores de normalidade para PEATE click no Neuro-Audio
Diferenciais do Neuro-Audio no PEATE curta latência
Não precisa de tomadas aterradas, já que é alimentado pelas portas USB do notebook
Facilidade de Personalização de Protocolos
Visualização de Impedância através de leds dispostos no amplificador
Promediação Ponderada com utilização Algoritmos inteligentes (LMS)
O módulo acompanha todos os estímulos: Click, Chirp, Tone Burst, Chirp LS e Frequência Específica
Juntamente à este módulo, já está incluído média e longa latência, além do PEATE triagem.
Clique aqui e baixe o PDF que auxiliará a anotação de achados
Referências:
1. Latency and Interpeak Interval Values of Auditory Brainstem Response in 73 Individuals with Normal Hearing
Milaine Dominici Sanfins,1,2,A,B,D,E,F Maria Francisca Colella-Santos,3,D,F Natalia Ferrazoli,4,B Adriano Rezende,4,B Caroline Donadon,5,B Elżbieta Gos,6,C and Piotr Henryk Skarżyński7,8,9,E,F,G - DOI: 10.12659/MSM.937847
2. Aula online - Pós Graduação em Eletrofisiologia e Eletroacústica Faculdade Inspirar - Profª Drª Caroline Donadon
3. Materiais adicionais acervo próprio e compilados encaminhados pela Neurosoft Rússia
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