Em breve devo publicar outras notícias sobre o evento da CTMS que ocorreu em Londres, de 13 e 15 de Junho. Como primeiros destaques, escolhi alguns trechos da apresentação de Mark George ("Exciting new developments in how to make TMS more efficcient and effective - Dose, distance and dependence on brain state") onde ele comenta sobre trabalhos de Caufield (2022) e McTeague (2024, ainda não publicado) que abordam regimes acelerados de tratamento e o efeito de regimes com maior número de pulsos e sessões, dois temas com grande implicação prática.
A apresentação de Mark George começou com uma breve revisão sobre a história da rTMS em que usou alguns termos que me pareceram bastante "didáticos" para explicar a depressão e os mecanismos da TMS e espero que possam ser úteis na comunicação com os pacientes.
Depressão é um "estado mental", sem alteração estrutural mesmo em nível celular.
Depressão pode ser entendida como um distúrbio na "Governança" neocortical sobre a atividade límbica arquicortical.
Alças córtico-talâmicas que sustentam padrões repetitivos de comportamento ou pensamento podem ser alvo de intervenção.
Eletricidade é a "moeda" do cérebro.
Citou o trabalho de Sackeim com o maior banco de dados de pacientes tratados fora de ambiente de pesquisa demonstrando, com o regime convencional padrão FDA (3000 pulsos, 120% MT, F3), remissão de 30% e resposta em 60%
O tema da apresentação de Mark Geoge falou de todos esses seguintes parâmetros: dose total, dose diária, frequência (10Hz, 18Hz, Burst), Localização (para grupo ou individual), densidade de estimulação e estado mental durante sessão.
Mas nessa notícia quero salientar esses dois trabahos seguintes:
Caufield (J Psychiatr research 2022) revisou 85 estudos com TMS acelerada e observou uma tendência a maior resposta com maior número de sessões por dia, maior total de sessões e maior número de pulsos. Mark George apresentou isso com o título: "Usamos subdoses por 30 anos!"
Em trabalho ainda não publicado, Lisa McTeague estudou o padrão dose-resposta randomizando pacientes que recebiam 10 aplicações por dia para que desde 0 até 9 aplicações fossem placebo. Dessa maneira, conseguiu extrapolar uma curva dose resposta mesmo em uma amostra pequena de pacientes (47) e observou um teto na resposta ao redor de 5 a 6 sessões por dia.
Referências:
1. Caulfield KA, Fleischmann HH, George MS, McTeague LM. A transdiagnostic review of safety, efficacy, and parameter space in accelerated transcranial magnetic stimulation. J Psychiatr Res. 2022 Aug;152:384-396. doi: 10.1016/j.jpsychires.2022.06.038. Epub 2022 Jun 28. PMID: 35816982; PMCID: PMC10029148.
2. Hutton TM, Aaronson ST, Carpenter LL, Pages K, Krantz D, Lucas L, Chen B, Sackeim HA. Dosing transcranial magnetic stimulation in major depressive disorder: Relations between number of treatment sessions and effectiveness in a large patient registry. Brain Stimul. 2023 Sep-Oct;16(5):1510-1521. doi: 10.1016/j.brs.2023.10.001. Epub 2023 Oct 11. PMID: 37827360.
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