Se o paciente deprimido atingir remissão não apenas nos sintomas, mas normalizar sua qualidade de vida e sua função social e ocupacional, a remissão será mais sólida.
Ao usar a escala IBI-D, que combina essas 3 dimensões do comprometimento provocado pela depressão, você terá uma medida mais completa do quanto o paciente respondeu. Aplicar essas escalas também ajudará a manter o paciente engajado no tratamento, quando ele entender que, para superar a depressão, não basta obter alívio do sofrimento imediato, mas, em último nível, aumentar a resiliência e a tolerância aos estresses inevitáveis da vida.
Os questionários que compõem o IBI-D são auto-aplicáveis e estão disponíveis nos seguintes links da plataforma kandelscreen.com:
QIDS-SR16 (16 perguntas)
WSAS (5 perguntas)
Q-LES-Q-SF (14 perguntas)
Para formar o IBI-D, o escore bruto em cada escala é convertido a um "Z score", indicando a quantos desvios padrão da média está a sua pontuação.
Nas escalas QIDS-SR16 e WSAS, um maior comprometimento se reflete em um escore mais alto, mas na escala Q-LES-Q-SF, maior comprometimento se reflete em um escore mais baixo, por isso o escore na Q-LES-Q-SF é invertido para formar o IBI-D, além de ser transformado em porcentagem do máximo.
O peso de cada escala na formação do escore foi estabelecido com base em análise de componentes principais (PCA) e então dividido pelo desvio padrão do IBI-D, resultando na seguinte fórmula: IBI-D=(0.57*["zQIDSSR16"] + 0.58*["zWSAS"] + 0.59*["zInvQ-LES-Q"])/1.51.
Você também pode fazer download de uma planilha excel com essa calculadora: Calculadora IBI-D (xlsx, zip)
Interpretação:
A escala IBI-D foi desenvolvida com base em pacientes tratados com citalopram no nível 1 do Star-D que responderam escalas de sintomas depressivos (QIDS-SR16), função ocupacional e social (WSAS) e qualidade de vida (Q-LES-Q-SF) antes e após o tratamento.
O escore em IBI-D é uma composição do escore nessas 3 escalas apresentado em "desvios padrão" em relação ao escore médio de pacientes com depressão que iniciaram tratamento no Star-D.
Interpretação:
Um IBI-D de 0 corresponde exatamente ao escore médio de início de tratamento no STAR-D
Um IBI-D -1 indica que o paciente está "1 desvio padrão" melhor que a média dos que iniciaram tratamento de depressão.
Os autores da IBI-D observaram que os pacientes deprimidos tinham melhora inicial em sintomas (média de 1.197 desvios padrão melhor), com melhora em menor grau na qualidade de vida (média de 0.986 desvios padrão melhor) e em grau ainda menor na função ocupacional e social (média de 0.895 desvios padrão melhor). Entre os pacientes considerados em "remissão sintomática" no nível 1 do Star-D, 36% continuavam com alteração significativa em qualidade de vida ou função, o que os coloca ainda sob alto risco de relapso.
Os autores da IBI-D sugerem que se adote um IBI-D de "-2.7" como critério de remissão com baixo risco de relapso, indicando que tanto sintomas depressivos como função social, ocupacional e satisfação com qualidade de vida voltaram a níveis observados na comunidade. A probabilidade de um escore em IBI-D a 2.7 desvios padrão abaixo da média é de 0.35% entre pacientes deprimidos similares ao grupo de nível I do Star-D.
Referências:
1.Cohen RM, Greenberg JM, IsHak WW. Incorporating multidimensional patient-reported outcomes of symptom severity, functioning, and quality of life in the Individual Burden of Illness Index for Depression to measure treatment impact and recovery in MDD. JAMA Psychiatry. 2013 Mar;70(3):343-50. doi: 10.1001/jamapsychiatry.2013.286. PMID: 23303512.
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